A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é promissora em melhorar o funcionamento motor de pacientes com AVC sugere um estudo realizado por pesquisadores coreanos na reunião anual da Associação Americana de Medicina Electrodiagnóstica em Savannah, Georgia.
Os doentes com AVC enfrentam um grande obstáculo em recuperar o uso dos braços, pernas, e outros grupos musculares paralisados por acidente vascular cerebral. A busca por técnicas de reabilitação eficazes tem se concentrado em meios não-invasivos de restabelecer e reforçar o funcionamento do cérebro.
Historicamente, as intervenções feitas sobre o cérebro têm sido bastante drásticas: de buracos feitos no crânio por curandeiros primitivos a drogas, tratamentos elétricos e psicocirurgia em tempos mais recentes.
A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) se baseia na utilização de campos magnéticos pulsantes. A indução magnética provoca a passagem de pequenas correntes para dentro do tecido cerebral. Quando esse estímulo é feita em intervalos regulares, é denominado EMT repetitiva ou EMTr. Avanços tecnológicos recentes permitiram a criação de máquinas capazes de alternar esses campos magnéticos fortes em taxas fisiologicamente interessantes (até 25 Hz), chamados de EMTr de alta freqüência.
O estudo indica que a técnica pode ajudar não apenas a restaurar funções motoras, mas também a prever quais pacientes têm maiores chances de voltar a caminhar e recuperar o equilíbrio. Pacientes que respondem melhor aos estímulos magnéticos apresentam resultados mais significativos durante as etapas de reabilitação. Além disso, fatores como idade mais jovem, boa condição motora no início do tratamento e intervenção precoce aumentam as chances de sucesso. Com isso, a EMT se destaca como uma técnica não invasiva com grande potencial para personalizar tratamentos e acelerar a recuperação.
Outro estudo reforça o potencial da EMT para AVC ao demonstrar que a estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) pode melhorar significativamente a recuperação motora, especialmente dos membros superiores, em pacientes que sofreram um derrame. A técnica atua reequilibrando as interações entre os hemisférios cerebrais, reduzindo a inibição excessiva do hemisfério saudável sobre o afetado. Protocolos de baixa frequência aplicados no hemisfério não afetado mostraram os melhores resultados, indicando a EMT como uma ferramenta eficaz e segura na reabilitação motora, além de promissora para personalizar tratamentos de acordo com o tipo de lesão e o perfil do paciente.